Vamos apresentar?
O "medo" de apresentações em público!
Este é um dos maiores receios da maioria dos formandos e alunos. O medo de apresentações em público, afeta mais de 70% das pessoas, é extremamente comum e até tem um nome, chama-se “glossofobia”.
De modo a ultrapassar este fenómeno, a caminhada não é fácil, contudo não é impossível, basta que sigamos os seguintes passos e dediquemos um pouco do nosso foco a melhorar as nossas competências de orador/a. Assim, com base numa pesquisa sobre o tópico, apresentamos as seguintes etapas para o/a ajudar a superar os seus anseios!
A principal barreira que se impõe nas apresentações em público, não está diretamente ligada ao facto de apresentar os conteúdos para uma plateia, está sim ligado ao receio do julgamento, do que irão os outros pensar, o receio de julgamento perante uma falha, uma “gafe” ou algo que irá fazer com que nos sintamos constrangidos, desde cedo é necessário que nos afastemos destes preconceitos e receio de julgamento. Muitas das vezes, este receio poderá advir de más experiências na infância e crescimento, constrangimentos, julgamentos, atos de bullying ou ações menos corretas de pares, situações de exposição que nos aconteceram ou até a alguém próximo, que criou a inibição deste tipo de interações em público.

Sem mais demoras, passemos para os passos que deverá seguir para combater a glossofobia:
- Antes de mais, mentalize-se de que tudo vai correr bem, de que vai, com certeza, dar o seu melhor e ninguém pede mais do que isso, visualize o momento em que irá brilhar, os aplausos, a passagem preciosa de informação que estará a ceder a quem está a escutar, visualize a sua excelente prestação e de cada vez que o pensamento fugir para a insegurança, volte para o estrelato, não deixe que esses sentimentos tomem controlo, eles não sabem que estão tremendamente enganados!
- Para qualquer apresentação, o foco deverá estar no conteúdo ao qual nos propomos partilhar, prepare bem esse conteúdo, sinta-se confortável com ele, à vontade e com uma perfeita noção das suas várias vertentes. Fale com amigos sobre o tema, conversas abertas sobre o mesmo e repare nas questões que possam fazer, desta forma irá ser capaz de antecipar algumas delas e preparar uma apresentação mais completa. Quando dominamos o tópico de apresentação, é meio passo para que nos sintamos confiantes, iremos dar o melhor de nós sem que a inibição chegue lá primeiro.
- Depois de preparar a apresentação, é ideal que seja feito um treino global, de forma a que se sinta ainda mais confiante com os conteúdos a ser partilhados, terá também uma maior capacidade de gerir o tempo, de compreender a morosidade de cada tema. Poderá verbalizar a sua apresentação sozinho/a, treinar ao espelho, partilhar com amigos, família ou alguém que lhe transmita confiança, vai ser excelente para perceber qual o seu feedback. Treine e visualize o público.
- Antes da apresentação, descontraia, relaxe, respire fundo e lentamente, não duvide de si, confie nas suas capacidades, foque no seu talento sem fazer comparações, sem se desligar da realidade de que a apresentação é sua, sobre um tema que domina, que compreende e de que gosta. Não duvide de si nem por um segundo, o nosso corpo responde aos nossos pensamentos, portanto, quando descontrai e acumula pensamentos positivos, o corpo seguirá esse estímulo. Se necessário, sente-se um pouco, respire calmamente e cultive pensamentos positivos.
- Enfrente os seus medos e receios, não ceda à incerteza e não desista. A melhor forma de superar a glossofobia é enfrentando, quando o fazemos, uma, outra e outra vez, a ansiedade começa a desvanecer, o frio é substituído por um sentimento de concretização, a incerteza é substituída pela confiança e pelo respeito pelas nossas capacidades, desistir não é uma opção. Pense que quem o/a está a ver é tão humano quanto você mesmo/a, são filhos, irmãos, pais, mães, avós, com necessidades, com imperfeições, virtudes e anseios, não se trata de uma plateia de seres omnipotentes com um “cajado de julgamento” escondido por detrás de longos cabelos e barbas. São pessoas, à semelhança de si mesmo/a, tal como os seus amigos e familiares, nada de mal irá acontecer, antes pelo contrário!
- Durante a apresentação, crie alguns pontos de orientação/foco, à esquerda, ao centro e à direita. Poderá selecionar pontos/objetos de referência, que permitam que consiga estabelecer a perceção de que existe um olhar para o público, mas sem que se sinta intimidado/a, poderá também escolher pessoas específicas, com as quais sente empatia, pessoas com um semblante descontraído, que sinta que estão a retribuir da sua atenção. É muito importante ter a noção de que nem toda a gente estará a prestar a máxima atenção à apresentação, é puramente normal que isso aconteça, faz parte da natureza humana, não significa que a sua prestação não está a ser excelente.
- Ao terminar a apresentação, irá se sentir leve, com sentimento de missão cumprida, desprovido/a de qualquer problema, estará realizado/a com a sua ação, esta foi mais uma prova de que é capaz de levar a cabo qualquer desafio a que se proponha, tenha a certeza de que cada vez irá correr melhor, “a prática leva à perfeição”. Não vire as costas ao desafio, confie em si, nas suas capacidades, confie que tem muito para oferecer, porque a verdade é que tem mesmo. Cada um de nós tem em si o poder da palavra, tudo o que resta é sair à rua, aproveitar o momento, agarrá-lo e torná-lo em algo fantástico.
Com alguma dedicação, foco e tendo a possibilidade de se revestir por pessoas que o/a compreendem e ajudem a praticar, esta superação estará a um pequeno passo de o/a tornar num/a grande orador/a. Uma pequena, grande sugestão: se houver uma falha, um engano, um percalço, isso é apenas a humanidade a acontecer, isso não significa que a apresentação foi um insucesso!
Jorge Matias
Formador, Comunicação e Inovação ICONE
Licenciado em Turismo
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